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Educar para a igualdade: como procuro fazê-lo diariamente

Considero-me uma humanista e, por isso, tento que este valor esteja presente na educação que dou à minha filha Mariana. Contribuir para uma sociedade onde haja mais igualdade, seja ela de que tipo for, é quanto a mim o grande desafio que mães, pais e educadores têm, neste momento, em mãos.

Quem cuida de crianças sabe como é difícil educar. Saber qual o melhor caminho a seguir, principalmente num mundo que nos coloca novos desafios todos os dias. Contudo, para mim, a máxima continua a ser educar para termos filhos felizes, que se sintam livres e que nunca se deixem condicionar por terceiros.

Com uma filha de 3 anos e uma bebé a caminho, hoje vou partilhar convosco alguns dos hábitos que não dispenso incluir na educação da Mariana.

Ler histórias: mas que histórias?

Ler ou contar histórias às crianças é uma rotina que a Mariana adora e eu também! Porém, tento ser um pouco seletiva nos livros e, apesar de apostar na diversidade, há histórias infantis que prefiro não ler.

Alguns clássicos da Disney, por exemplo, com os quais quase todos crescemos, apresentam frequentemente as personagens femininas como indefesas e frágeis e que apenas atingem a felicidade quando a personagem masculina surge para as salvar. 

Ora, sendo mãe de duas meninas, não acho que esta seja uma mensagem a passar na sua educação, até porque vai contra aquilo em que acredito que é a igualdade entre homens e mulheres.

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Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach

Assim, tendo a ler à minha filha Mariana histórias talvez mais improváveis, como a de Fernão Capelo Gaivota, mas de que ela gosta imenso. 

Para quem não conhece, este livro fala sobre uma gaivota que queria saber mais e voar até mais longe mas, como o seu bando não a acompanhava nessas ambições, ela acaba por partir sozinha, rumo ao seu sonho. 

A liberdade de pensamento, sobre a qual esta história nos fala, é uma das grandes máximas para a qual quero sensibilizar a minha filha Mariana.

Patinho Feio

Já no campo dos clássicos infantis, gosto particularmente da história do Patinho Feio, porque fala da importância da aceitação da diferença, seja ela de que género for, o que me parece de suma importância passar na educação dos mais novos, desde tenra idade.

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E será que o belo é sempre bom e o feio sempre mau?

Esta pode parecer uma pergunta um tanto ou quanto inusitada mas, na realidade, faz todo o sentido, se pensarmos que, muitas vezes, quando as crianças fazem algo bem, nós dizemos: “Que linda menina ou que lindo menino!”. Da mesma forma, quando os miúdos fazem asneiras, tendemos a dizer: “Que feia ou que feio!”.

Esta associação do belo com o bem e do feio com o mau é algo que, em família, temos tentado evitar passar à Mariana, até porque é um princípio que para mim não faz qualquer sentido. Além do belo e do feio serem sempre conceitos subjetivos, a imagem exterior não nos dá quaisquer indicações sobre a beleza ou a fealdade interior de alguém.

Infelizmente, esta é uma ideia muito perpetuada, inclusive em filmes de animação. Por norma, as personagens “boas” são sempre bonitas, enquanto as vilãs têm sempre um ar feio ou assustador. 

Um dos exemplos mais ilustrativos disto mesmo são as bruxas que, sendo tidas como figuras más, são geralmente representadas com atributos grotescos e um aspeto pouco atrativo para as crianças. 

A este respeito, podemos considerar que a personagem Shrek veio mostrar como um ogre pode, afinal, ser bom e, no fim da história, ele não precisa de se transformar em príncipe para ficar com a sua amada (como acontece no clássico de “A Bela e o Monstro”), sendo antes a própria Fiona a ficar para sempre um ogre.

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Marisa e Mariana

Reforço positivo sempre!

Acredito, por isso, numa educação baseada no reforço positivo e no fomento da auto-estima e da auto-confiança da criança. 

Por isso, quando quero elogiar a minha filha por uma boa atitude sua, prefiro optar por adjetivos empoderadores como forte, corajosa, generosa, perseverante,… mesmo que, por vezes, tenha depois de lhe explicar o significado destas palavras!

E vocês? Como educam ou educaram os vossos filhos e netos? Quais os valores de que não prescindem ou de que não prescindiram? 

Partilhem as vossas experiências comigo. Terei muito gosto em aprender algo com as vossas vivências.

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