Vamos viajar a ler? Então, venham comigo!
Hoje, trago-vos duas propostas de leitura, acompanhadas de duas sugestões de filmes para aqueles que são mais fãs da sétima arte. Para mim, os livros são uma forma de viajarmos no tempo e no espaço e as obras de que vos vou falar conseguem fazer isso na perfeição.
Um dos livros foi sugerido pela minha amiga Maria Inês Correia com quem costumo trocar sugestões de leitura (Paris é uma festa, Ernest Hemingway), enquanto o outro (O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald) é “só” um dos meus romances favoritos.
Espero que consigam viajar com estas obras tanto como eu viajei. A seguir, deixo-vos algumas impressões sobre cada um dos livros.
Paris é uma festa, Ernest Hemingway
Não querendo revelar muito sobre a história, acho que vale a pena dizer que esta obra começou a ser escrita em Cuba, em 1957, tendo sido concluída cerca de 3 anos depois. Este livro retrata a busca por uma espécie de felicidade perdida algures no tempo da juventude, procura que é indissociável da vida do próprio autor, Hemingway, que aos 20 anos, precisamente em Paris, teve o seu primeiro contacto com obras intemporais, como os clássicos de Tolstói, de Dostoievski e de Stendhal.
Além disso, nessa altura, o autor também conheceu personalidades de referência, como Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound e F. Scott Fitzgerald (autor do livro de que falarei em seguida, O Grande Gatsby). São alguns destes nomes que o influenciam no caminho para ser um bom escritor, simultaneamente fiel a si mesmo.
Entre a felicidade e a melancolia de regressar, através das palavras, a esse passado, Hemingway leva-nos com ele neste que foi um dos últimos romances que escreveu, uma vez que em 1961, atormentado pela doença, pôs termo à própria vida.
Meia-noite em Paris, realizado por Woody Allen
A história deste livro remete-me para a ambiência retratada por Woody Allen não em livro, mas no cinema, na sua película Meia-Noite em Paris. Para quem ainda não viu, deixo uma breve sinopse do filme.
As personagens Gil (Owen Wilson) e Inez (Rachel McAdams) são um casal de noivos que visita Paris. Gil é argumentista em Hollywood e acalenta o sonho de viver na cidade parisiense e aí escrever o livro da sua vida, influenciado pelos maiores mitos de sempre da literatura. Uma noite, Gil perde-se, acabando por encontrar uma série de personalidades que julgava só existirem nos livros e que lhe vão dar conselhos sábios e muito úteis.
Penso que os paralelismos entre as duas obras (literária e cinematográfica) são alguns, na medida em que ambas me fazem viajar para um período histórico, cultural e artístico que gosto particularmente e, por isso, me fazem querer encarnar estas personagens que têm a possibilidade de privar com personalidades únicas de outros tempos.
O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
Para muitos (inclusive para mim!), O Grande Gatsby é o maior romance de F. Scott Fitzgerald pela forma como o escritor consegue conjugar, numa mesma obra, a sua qualidade poética e a sua experiência de vida.
De lembrar que a obra literária de Fitzgerald se situa, sobretudo, no período temporal compreendido entre as duas Grandes Guerras Mundiais. E, apesar de ter nascido nos Estado Unidos da América, o autor acaba por viver vários anos na Europa, mais concretamente em França.
Fitzgerald pertenceu à era do jazz, dos loucos anos 20 e àquela que viria a ficar conhecida por muitos como a “geração perdida” da literatura americana. Os excessos, comuns a outros escritores e artistas da época, nomeadamente no que respeitava ao consumo de álcool, terá fragilizado a saúde do autor e precipitado a sua morte precoce, aos 44 anos de idade, com um ataque cardíaco.
O Grande Gatsby, realizado por Baz Luhrmann
Como qualquer grande obra literária, O Grande Gatsby já teve direito a 4 adaptações cinematográficas (1926, 1949, 1974 e 2013), a mais recente com Leonardo DiCaprio como protagonista. Não substituindo a leitura do livro, esta é uma outra forma de revisitar a obra de Fitzgerald.
O filme baseia-se no romance que nos apresenta Nick Carraway (Tobey Maguire), personagem fascinada pelo seu misterioso e rico vizinho, nada mais nada menos do que o próprio Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio).
Quando Carraway é convidado para uma festa de Gatsby, os dois desenvolvem uma grande amizade. Por isso, Carraway acaba por facilitar a aproximação entre a sua prima (paixão de Gatsby) e o seu vizinho, ainda que a sua prima já fosse casada.
A partir daqui, é ler ou ver para descobrir como esta história passada na Nova Iorque próspera, mas também imoral, dos anos 20 termina.
Já leram algum destes romances ou já viram algum destes filmes? O que acharam? Têm outras obras preferidas destes escritores icónicos? Fico a aguardar as vossas partilhas!