O que fazer quando um implante dentário falha ou não é bem sucedido?

Já por várias vezes vos falei em implantes dentários como a solução mais óbvia e recomendada para o problema da falta de dentes. Efetivamente, este é um processo simples, indolor e que permite ao paciente recuperar a estética e as funções orais, de forma bastante cómoda e confortável.

Contudo, é também importante referir que existe a possibilidade de um implante dentário falhar ou não ser bem sucedido, ou seja, não se integrar devidamente no osso, ficando solto, tendo de ser removido.

Apesar de ser uma situação relativamente rara, há fatores de risco que podem tornar este problema mais provável.

Taxa de insucesso de um implante dentário

Genericamente, num paciente controlado e com uma boa saúde oral, a taxa de insucesso de um implante dentário situa-se entre os 5% e os 10%.

Todavia, há vários fatores que podem aumentar esta percentagem de insucesso. Um dos mais flagrantes é o paciente não ter osso ou necessitar de um enxerto. No entanto, outro dos aspetos que condiciona o sucesso de um implante dentário é o tabagismo. 

Para terem uma noção, entre os fumadores, a taxa de insucesso dos implantes dentários pode atingir os 30%. Se esse fumador precisar de fazer um enxerto, então a probabilidade do implante falhar é de 50%!

Por exemplo, nos Estados Unidos da América, um implante dentário só é colocado num paciente fumador, se este assinar um consentimento informado.

Outras situações que condicionam a longevidade e o sucesso dos implantes dentários são ter doença periodontal ou uma higiene oral insuficiente.

Como é que sei se o meu implante dentário falhou?

Esta é uma pergunta muitas vezes feita pelos pacientes. Acontece que, habitualmente, o insucesso de um implante dentário não causa nem dor, nem qualquer tipo de sintomatologia.

Assim, normalmente, só ao fim de 3 a 6 meses, na consulta de rotina, quando mexemos no implante, é que nos deparamos com o facto dele estar solto, ou seja, dele não se ter fixado no osso. 

Convém a este respeito explicar que, quando tal acontece, não se trata de uma rejeição do organismo em relação ao implante dentário, mas sim de uma simples não integração do implante no osso.

O meu implante dentário falhou. O que é que eu faço?

A melhor notícia é que, mesmo quando o implante dentário não é bem sucedido, há solução, sem comprometer a saúde, nem o bem-estar do paciente.

Este é um problema que se resolve facilmente. Basta remover o implante que não se integrou, limpar a área e colocar outro implante, tentando minorar os fatores de risco.

Por exemplo, um paciente que fume deve deixar de fumar ou reduzir o número de cigarros que fuma por dia durante o período que antecede a colocação do implante e, já depois de colocar o implante, evitar fumar ou fumar o mínimo possível, de modo a facilitar o processo de cicatrização.

Apesar do insucesso ser uma possibilidade na colocação de um implante dentário, a probabilidade de tal suceder é muito baixa, sobretudo se o paciente não reunir fatores de risco, como aqueles de que falei anteriormente.

Assim, enquanto médica dentista, continuo a aconselhar a colocação de implantes dentários aos pacientes com falhas dentárias, tentando sempre minimizar os fatores de risco que possam aumentar o risco de insucesso na integração do implante no osso.

Imaginavam que eram estas as percentagens de insucesso associadas à colocação de um implante dentário? E sabiam que havia fatores de risco que podiam aumentar essa taxa de insucesso?

Ainda assim, como ficou claro, estas são situações raras e que têm sempre solução, sem prejudicar o paciente. Por isso, peço que partilhem comigo as vossas experiências de implantes dentários. 

Já colocaram algum implante? Como correu todo o processo? Têm dúvidas ou receios acerca deste tema que eu possa esclarecer?