A Guerra na Ucrânia, um ano depois…
É assustador, mas há precisamente um ano publicava no blogue um texto intitulado – “A Guerra aqui ao lado: a Invasão e o Conflito Armado na Ucrânia” -, o qual falava sobre aqueles que eram os primeiros tempos de uma guerra que, passados 12 meses, continua a fazer vítimas e cujo fim ainda é uma incógnita.
Assim, um ano depois, é inevitável voltar ao tema que, infelizmente, se mantém atual e na ordem do dia e, mais uma vez, lembrar que este conflito não deve servir para alimentar xenofobias de qualquer tipo, mas antes para apoiar quem fica do lado certo da história: o lado dos que lutam pela paz!
A Guerra em números
Passados 12 meses sobre este conflito, são muitos os balanços que é possível fazer: dos mortos, das vítimas, dos refugiados,… e de todo o rasto de destruição que a guerra deixou para trás.
A Organização das Nações Unidas partilhou, a este propósito, alguns números relevantes que causam impacto e que dão uma noção mais real da dimensão deste conflito.
Assim, no contexto desta Guerra já se registou:
- a fuga de mais de 18 milhões de pessoas, entre deslocados internos e deslocados para países europeus;
- a morte de mais de 8.000 civis (dos quais 487 são crianças) e de mais de 13.000 feridos;
- 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
Porém, os números não oficiais dão uma dimensão ainda maior a esta catástrofe, defendendo por exemplo que há 100.000 mortos ou feridos entre os soldados ucranianos; que 30.000 a 40.000 civis perderam a vida; e que 90,3% das baixas civis foram causadas por explosivos, como projéteis de artilharia, mísseis de cruzeiro e balísticos e ataques aéreos.
Importa ainda dizer que existem aproximadamente 65.000 casos suspeitos de crimes de guerra, os quais envolvem, nomeadamente execuções, violações, torturas e raptos de crianças.
Mas a Guerra não são números. São pessoas…
Mas o que dói mais, não nesta Guerra, mas em qualquer guerra, é que por detrás de cada um destes números existe uma pessoa, como eu ou Vós. Uma vida, que se perdeu ou se modificou, irremediavelmente, para sempre.
Por isso, incentivo-Vos a lerem as histórias de coragem e de resiliência que o jornal Público divulgou num caderno intitulado “À espera da vitória”.
Desse rol de testemunhos, não podia deixar de partilhar um convosco, pois como mãe de duas crianças tocou-me profundamente.
O primeiro ano de vida do Max
Max, assim é o nome do petiz, nasceu precisamente uma semana após o começo da invasão russa. Até ao momento, toda a sua vida foi passada em guerra, mesmo que não o saiba, nem suspeite.
O pai, Andrii, conta como a mala estava pronta para seguirem para a maternidade, mas como o atraso no rebentar das águas os fez terem de esperar. A cidade onde o casal morava, Hostomel, foi atacada logo no primeiro dia de guerra e Andrii conta que começaram a ver vídeos sobre como fazer um parto em condições extremas.
Com o encerramento da maternidade local e o escassear de comida, o casal não teve outra opção senão partir rumo a Kiev, qual êxodo pela paz. A viagem foi longa. Muito mais demorada do que o habitual e, pelo trajeto, havia uma nova companhia: o medo do desconhecido.
O futuro imediato
Nos próximos dias, Max celebrará um ano de vida. Nasceu na maternidade de Kiev. Passados todos estes meses, os seus pais já tiveram oportunidade de regressar à cidade de onde fugiram e à casa que era sua… mas já não é.
A mãe, Natalie, conta o cenário que encontraram na sua morada: “A nossa casa está vazia, sem rigorosamente nada. Roubaram tudo: loiça, tapetes, roupa, almofadas, o sistema de som do Andrii.”
Para já, mantêm-se num apartamento de amigos em Kiev, mas sem ousarem usar o elevador, porque a luz pode falhar. Apesar disso, sentem-se mais seguros em Kiev do que em Hostomel.
Penso como, em breve, o pequeno Max irá, tal como a minha Victória, começar a dar os seus primeiros passos e andar. Pergunto-me se, como eu e o Hugo, também Andrii e Natalie poderão levar o filho a brincar no parque ou a correr no jardim.
Afinal, como pais, não há nada mais que nos separe deles do que algumas milhas de distância e uma palavra – amor – que, embora escrita de formas diferentes, se sente do mesmo modo, nos nossos corações, como nos deles.
Um forte é especial abraço a todos os meus pacientes e amigos ucranianos.
Slava Ukraini!
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